segunda-feira, 22 de julho de 2013

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Justificativa para a ausência

Estou há um tempo ausente do blog, eu sei, mas não pensei que desisti dele ou que o esqueci.

O compromisso de não parar de escrever martela minha mente diariamente, mas nas últimas semanas tenho estado com o tempo curto e bastante cansada, o que me impede de "digitar" minhas ideias.

Primeiramente gostaria de dizer que além do compromisso de escrever frequentemente, prometi-me tomar conta da vida financeira. Gostaria de registrar que a vida financeira vai bem, obrigada. rs Não que eu tenha dinheiro sobrando, porque isso, definitivamente, eu não tenho, mas finalmente tornou-se rotina anotar cada gasto e cada ganho numa planilha criada justamente para isso.

Agora sei exatamente quanto e onde gasto, podendo, dessa forma, cortar o que é fútil e focar no que é útil.

Aliás, a Europa, em termos financeiros, está sendo uma grande professora, pois aos poucos estou aprendendo a viver com o dinheiro que tenho, de fato. No Brasil vivi, a partir do momento em que tive emprego e cartão de crédito, uma vida paga com um dinheiro que eu, na realidade, não tinha.

O outro tópico que queria comentar rapidamente é que alguns clientes marcam. Graças a eles, talvez eu crie alguns posts engraçadinhos, pois eles fazem minha imaginação voar longe. :)

sábado, 15 de junho de 2013

Sobre o meu emprego

Conforme dito, consegui emprego! Aêêêêêê!

Depois de cinco meses enviando currículos pela internet, tentando estabelecer contato e deixando em mãos de gerentes e  outros empregados, consegui um emprego.

Acho que consegui, primeiramente, por ter tirado a nacionalidade brasileira do currículo, depois por ter dado a sorte de enviar o meu resumé na hora certa para a pessoa certa, e esse contato, pasmem! veio da minha tentativa desesperada de conseguir emprego.

A tentativa desesperada foi redigir um post falando na nossa situação, que estava braba: não tínhamos dinheiro para o aluguel do mês seguinte e todas as nossas compras de mercado estavam sendo passadas no meu cartão de crédito do Brasil, sem falar que eu não tinha passagem de volta comprada para o Rio.

Pois bem, redigi um breve texto e postei no Classificados Dublin, claro que esperando ouvir mais críticas do que ajudas!

Felizmente, o oposto aconteceu: recebi muitas mensagens de pessoas dispostas a ajudar da forma com que podiam. Nenhuma delas com indicação, como a gente precisava naquele momento, mas todas com muito carinho, consideração e boa vontade. Recebemos muitos e-mails e sites de pessoas e lugares que estavam contratando.

Depois de agradecer a cada uma das pessoas que tentaram de nos ajudar, comecei a disparar meus currículos.

Felizmente, um deles caiu na mão de uma pessoa que estava precisando de algumas pessoas para completar seu quadro de funcionários com certa urgência, pois mandei meu currículo às 23:00 e no dia seguinte, por volta das 10:00, recebi uma ligação com uma proposta de entrevista. E lá fui eu, óbvio. Insegura por causa do inglês, mas segura de que se fosse pela minha vontade de conseguir o emprego, a vaga seria minha.

Durante a entrevista a gerente elogiou o meu inglês, o que me deu segurança para falar mais da minha vida, embora eu "tropeçasse" algumas vezes na pronúncia. Logo ali, na salinha da entrevista, ela olhou o quadro de horários e marcou comigo um treinamento.

Trabalhei durante três dias e me mandaram voltar na semana seguinte.

Na segunda-feira da semana que eu tive que voltar recebi a feliz notícia de que eu fazia parte do quadro de empregados e que eles estavam redigindo o meu contrato.

Vocês devem estar se perguntando qual é o meu emprego agora...

Pois então, é deli assistant.

Sou responsável, junto a uma irlandesa, por preparar os sanduíches, deixar tudo limpo, cortar os legumes, preparar as saladas, assar os pães, bolos, muffins e croissants, etc. A função se assemelha a um faz-tudo da cozinha!

É claro que não é o emprego dos sonhos, especialmente porque adorei as experiências que tive em minha área - para quem não sabe, magistério -, mas é uma experiência pela qual eu tinha que passar para aprender algumas coisas, inclusive inglês!

E quando digo isso é porque a única forma de me comunicar durante as horas em que trabalho é através da língua inglesa.

Nos primeiros dias tive dificuldade com alguns sanduíches específicos e alguns molhos diferentes, mas hoje já me sinto bem mais à vontade, inclusive, para dialogar com o cliente quando há oportunidade.

Sem falar na minha companheira de trabalho, a Suzanna, que é uma irlandesa para lá de amiga e tem uma paciência de Jó para repetir tudo que eu não entendo.

Já cansei de ouvir um cliente dizer alguma coisa estranha aos meus ouvidos e depois ir até a ela perguntar: mas o que foi que ele disse mesmo, hein?

E ela, com a maior paciência e alegria, repete e ri da minha fase de aprendizado.

Dentre as outras coisas que tenho aprendido, posso falar, mais uma vez, das mais simples; sim, sempre elas! Aliás, a Irlanda tem me feito muito bem nesse sentido, pois diariamente reconheço o valor delas.

Hoje, enquanto organizava/limpava/prepara as coisas na deli, vi um rapaz cego adentrando a loja. Como ele tinha ido ontem e vi que a menina do caixa ia até ele ver o que ele queria, avisei ao Martin, também irlandês, que havia um cliente na porta.

Ele cumprimentou o rapaz cego pelo nome, Kevin, e o atendeu pacientemente. Eu fiquei arrepiada e emocionada.

Ele tinha ido até a nossa loja para comprar um sanduíche feito no pão integral, com manteiga, peito de frango e alface. Tão simples quanto o momento que eu estava presenciando. Talvez o sanduíche que preparei para ele tenha sido um dos que preparei com o maior carinho dentre todos que preparei até hoje. Sim, porque eu me preocupo em fazer com cautela aquilo que o cliente solicitou.

Minutos antes de receber o sanduíche, Kevin entregou as moedas na mão do caixa, que descontou exatamente o valor do sanduíche e devolveu o troco, e depois agradeceu e saiu pela loja, com o seu cão guia, que era lindo e super companheiro, pois não desgrudava os olhos do seu dono.

Fiquei impressionada com tamanha fidelidade (do cão) e confiança (do homem nos homens e no cão).

Agradeci muito por poder enxergar e senti-me ainda mais feliz por ter ido trabalhar hoje. Se eu tivesse ficado em casa, jamais observaria essa cena como observei hoje.

Procurei uma imagem que ilustrasse a cena, mas não encontrei nenhuma que chegasse aos pés, então, deixo esse trabalho para a imaginação de vocês.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Skerries beach and Skerries Mills



Eu e Matheus acordamos no domingo com um sol maravilhoso entrando pela janela.

Como tenho trabalhado todos os dias, logo pensamos: folga, sol, calor... dia de passear pela Irlanda!

Inicialmente pensamos no Stephens Green, que é uma delícia de lugar, além de ser nosso cantinho especial, pois adoramos ir para lá para namorar. Depois, por já termos ido algumas consideráveis vezes, começamos a cogitar outros lugares, mas que não fossem caros, pois estamos em contenção de despesas, já que só agora arrumei emprego (depois crio um post específico para o meu atual emprego) e precisamos pagar nossas contas aqui.

Durante a pesquisa ficamos em dúvida entre praia e parque. Depois, com tantos posts de brasileiros em Dublin dizendo que estavam indo à praia, pensamos em fazer algo ainda mais diferente, levando em consideração apenas a nossa estada na Irlanda, claro. Então, abrimos as malas, pegamos nossos trajes de praia, nos arrumamos e sentamos para decidir para qual iríamos.

Depois de alguns minutos, optamos por Skerries que, segundo o Dublin para Brasileiros, era uma praia de areia branquinha e que costumava receber muitos elogios não só dos irlandeses como dos brasileiros.

Lá fomos nós...

Levamos, aproximadamente, uma hora de ônibus para chegar até a praia que, sem dúvida, é LINDA! Devo dizer que não se compara às praias do nosso belo Rio de Janeiro, mas ainda assim, Skerries tem, sim, sua beleza!



Primeira constatação: a areia NÃO é branquinha, mas marronzinha.
Depois começamos a observar o comportamento deles nesse tipo de ambiente que já imaginávamos que fosse completamente diferente do nosso.

A praia, para eles, parece ser um programa muito mais família; parece-me que eles juntam todo mundo, inclusive os animais, e vão para a praia para passar o dia inteiro, com direito, inclusive, a um churrasco. Aliás, observamos que o churrasco deles não é como o nosso, que tem hora para começar, mas não para terminar. O deles é como se fosse uma refeição, que começa e termina em, no máximo, duas horas. Ainda falta descobrir sobre o preparo, que certamente é diferente também.

O tempo estava ótimo. Apenas um ventinho frio incomodava de vez em quando, porque a alegria de estar na praia e o céu azul logo nos aqueciam novamente.

A água estava uma delícia! Morninha, morninha...

Depois da praia demos uma caminhada para conhecer os moinhos, que também são lindos! Parecia cena de filme... é uma paisagem muito simples, assim como a construção dos moinhos (lembrando que sou leiga, então falo do que vi, sem maior profundidade), mas tudo tão lindo e apaixonante que, é claro, deu vontade de tirar inúmeras fotos, mas me segurei e procurei apreciar mais do que fotografar. Anyway, seguem algumas das que tirei!



Por fim, para quem está na Irlanda ou pretende vir, este é um passeio que recomendo muito, especialmente em dias de sol como o que tivemos o prazer de desfrutar!





Reflexões sobre o ser humano

Uma das explicações para humano, segundo o dicionário, é "bondoso, benfazejo, compassivo", mas diariamente tenho me perguntado em que momento da vida é que aprendemos a agir de forma completamente contrária.

Lembro-me dos chefes que tive e das experiências que me contam e é impossível não notar o comportamento comum entre todos eles: o de superioridade.

Ok, eles são, de fato, superiores, mas isso não lhes dá o direito de não reconhecer as qualidades de quem é inferior - há de se ressaltar que apenas em cargo -, tampouco o direito de menosprezar as pessoas que julgam menores do que eles.

O que é que há? Eles pensam que já nasceram sabendo?

Onde é que enfiamos a nossa humildade depois que crescemos um pouco mais?

De onde é que tiramos a ideia de que aprendemos o suficiente e de que já é hora de fechar-se para o mundo?

Não sei, não, mas que o futuro é preocupante, é.